Teste de controle glicêmico: O que é, e para que serve?
Aqueles que precisam de uma avaliação do diabetes têm acesso a uma bateria de teste glicêmico que ajuda a rastrear os níveis de glicemia no sangue. Por meio de exames, o médico é capaz de diagnosticar diabetes e pré-diabetes.
E, a partir do diagnóstico, recomendar a melhor conduta para o paciente. Você está precisando de exames glicêmicos, mas ainda tem dúvidas sobre suas funções? Então continue lendo e conheça os principais exames para determinar ou acompanhar o estado da doença. Boa leitura!
O que é teste de controle glicêmico?
O exame de glicemia mede o nível de glicose (uma taxa de açúcar) na corrente sanguínea após coletar uma amostra de sangue.
Ele é uma parte comum de exames de rotina e é útil para diagnosticar e monitorar diabetes, bem como diagnosticar condições, incluindo hiperglicemia e hipoglicemia.
O aumento dos níveis de glicose no sangue pode ocorrer de forma silenciosa, o que impede o corpo de produzir insulina o bastante para suas funções adequadas e leva a doenças como diabetes tipo 1 e tipo 2.
O diabetes é uma doença crônica que prejudica a função do pâncreas e a produção de insulina, que regula o nível de açúcar no sangue no corpo. Em alguns casos, a falta de sintomas por um longo período de tempo pode causar sérias complicações para o paciente se não tratar.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 6,9% da população do país – ou 13 milhões de pessoas – vivem com a doença no Brasil hoje. Segundo estimativas da Federação Internacional de Diabetes, é uma das doenças que mais cresce.
Em 2045, 629 milhões de pessoas terão diabetes em todo o mundo. Sendo assim, o diagnóstico precoce é crucial para prevenir a doença e prestar os cuidados necessários.
Vale prestar atenção a algumas condições e alterações nos organismos, para ajudar no diagnóstico e, para isso, o teste glicêmico é crucial!
Para que serve o teste glicêmico?
Se tiver sintomas de açúcar alto no sangue (hiperglicemia) ou baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia), o seu médico pode solicitar um teste de glicose.
O seu médico também poderá solicitar um exame de glicemia, caso você tenha certos fatores de risco para desenvolver diabetes, tais como:
- Não praticar exercícios físicos;
- Pressão alta;
- Ter algum parente próximo com diabetes;
- Excesso de peso;
- Doenças cardíacas.
Caso a paciente esteja grávida, é bem provável que deverá fazer um teste de glicose entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, para ver se tem diabetes gestacional. Como o próprio nome sugere, esse tipo de diabetes só se manifesta durante a gravidez.
Tipos de exame de glicemia (glicose)
Existem muitos tipos de exames de glicemia, porém, todos têm o mesmo objetivo. E, após coletar as amostras de sangue, elas são enviadas ao laboratório, onde são feitas análises para determinar o nível de açúcar no sangue.
O resultado pode ser divulgado na forma de gráfico e mostra a quantidade de glicose no sangue em um dado momento, o que permite uma visão mais direta da situação. Ou na forma de resultados individuais, onde o médico faz o gráfico para analisar o estado de saúde do paciente.
O resultado pode estar disponível em menos de 24 horas e indicará se você tem hiperglicemia, hipoglicemia ou diabetes. Se os resultados forem anormais (acima ou abaixo do ideal), mas próximos do limite, é preciso repetir o exame, se o médico achar que deve.
Para pacientes com diabetes tipo 1 ou tipo 2, a frequência deve ser determinada pelos resultados. Porém, a frequência pode mudar de acordo com a necessidade do paciente.
Veja logo abaixo quais são os testes glicêmicos mais comuns!
1. Teste de glicemia em jejum
O teste de glicemia em jejum, muitas vezes conhecido como teste de glicose, é o processo usado para medir a quantidade de glicose presente no sangue. Ele é quem reconhece a presença de diabetes ou irregularidades relacionadas ao açúcar no sangue.
Este tipo de exame é feito através da coleta de uma amostra de sangue venoso do paciente. Para preparar-se para o exame, é importante seguir algumas orientações, tais como:
- Evitar fazer esforço físico antes da coleta de sangue;
- Crianças de até 3 anos devem fazer um jejum de 3 horas. Os demais pacientes devem fazer um jejum de 8 a 12 horas, no máximo. É crucial não ficar mais de 14 horas em jejum;
- Para não ter alterações no resultado do exame de glicemia em jejum, o ideal é que o paciente evite consumir álcool, fast-food, cafeína e praticar exercícios físicos de alta intensidade por cerca de 3 dias antes da coleta.
Confira a tabela de valores:
- Normal: abaixo de 100 mg/dl;
- Pré-diabetes: entre 100 e 125 mg/dl;
- Diabetes: mais de 125 mg/dl.
2. Glicemia capilar
Neste teste, a própria pessoa pode dar uma picada na ponta do seu dedo para obter uma pequena amostra de sangue. A análise dessa amostra é então realizada por meio de uma ferramenta conhecida como glicosímetro.
O glicosímetro é muito utilizado pelos diabéticos, por permitir um melhor controle de seus níveis de glicemia e ajuda a monitorar a doença e evitar alterações nos valores.
3. Hemoglobina glicada
Hemoglobina glicada, também conhecida como HbA1c, é um exame de sangue usado para determinar a quantidade de glicose presente no corpo em relação à hemoglobina.
Um dos exames mais comuns para diagnosticar o diabetes e ajudar a gerenciá-lo é este. Um valor de referência normal deve ser inferior a 5,7%; se o nível indicar que é superior a 6,5%, existe diabetes.
Veja tabela de valores:
- Baixo risco: inferior a 5,7%;
- Risco de diabetes: entre 5,7% a 6,4%;
- Diabetes: igual ou acima de 6,5%
O exame também é útil para determinar se o diabetes do paciente melhorou ou piorou. Quanto mais altos os níveis, maior o risco de o paciente desenvolver complicações adicionais relacionadas à condição, como doenças cardíacas, cegueira e insuficiência renal.
4. Curva glicêmica
O teste oral de tolerância à glicose (TOTG), também conhecido como exame da curva de glicose, exibe como o açúcar é metabolizado no sangue depois do consumo de alimentos como carboidratos.
Como será necessário preciso coletar o sangue várias vezes, esse teste pode durar até seis horas.
Para determinar o nível de glicose no sangue ainda em jejum, é colhida uma primeira amostra de sangue. Em seguida, deve-se ingerir uma dose de xarope açucarado, com glicose ou dextrosol.
Após o consumo deste líquido, várias medições de glicose são feitas 1, 2 e 3 horas depois. É necessário permanecer no laboratório durante todo esse tempo, em repouso.
No final, uma curva glicêmica mais baixa é relatada se o açúcar entrar no sangue lentamente. Ao contrário, uma curva glicêmica alta é indicada e a atenção é reduzida, pois isso pode indicar o surgimento de diabetes tipo 2.
Uma dieta rica em carboidratos deve ser seguida nos três dias anteriores ao exame, seguida de um jejum de 12 horas.
Tabela de valores após duas horas de ingestão:
- Normal: glicemia abaixo de 140 mg/dl e 199 mg/dl;
- Pré-diabetes: glicemia entre 140 mg/dl e 199 mg/dl;
- Diabetes: glicemia igual ou superior a 200mg/dl.
5. Glicemia pós-prandial
Este teste é feito para medir os níveis de glicose no sangue e procurar níveis elevados de hiperglicemia ligados ao risco cardiovascular ou liberação de insulina. É realizado entre uma e duas horas após a alimentação, e o valor de referência usual deve ser inferior a 140 mg/dL.
Tabela de valores após duas horas de ingestão
- Meta geral: 140 mg/dl;
- Casos especiais: até 180 mg/dl.
6. Frutosamina
Os níveis de glicação de albumina são medidos pelo exame de frutosamina. A albumina é uma proteína do sangue que pode ser usada para visualizar o controle glicêmico ao longo das últimas duas semanas.
O teste é recomendado quando o médico precisa saber o nível médio de glicose em períodos de tempo mais curtos ou quando a medição da hemoglobina glicada não é confiável.
No caso da frutosamina, os valores variam de acordo com o laboratório de análises clínicas.
Quando o exame de glicemia é solicitado?
Nos exames de rotina e check-up do paciente, um teste de glicemia pode ser solicitado primeiro. O monitoramento precoce da glicemia é fundamental para determinar se há alguma tendência na progressão de um exame para o outro.
E, se houver alterações significativas, fazer um tratamento preventivo para impedir o aparecimento de doenças graves. O médico pode solicitar o exame quando há sintomas que podem indicar diabetes, hiperglicemia ou hipoglicemia.
Dessa forma, se essa suspeita surgir durante o exame clínico, o médico pode solicitar um teste de glicose. Além de outros pontos cruciais de avaliação (como hemoglobina glicada, curva glicêmica e teste oral de tolerância oral à glicose).
Também é-lhe solicitado o acompanhamento dos quadros de diabetes já diagnosticados, de forma a acompanhar a evolução dos planos de tratamento e determinar se é necessário intervir para melhorar ou não o estado do quadro.
A análise deste ponto é crucial, pois pode ocorrer um aumento nos níveis de glicose no sangue sem sintomas óbvios. Como resultado, a pessoa pode já ter um diagnóstico pré-diabético e não conseguir tomar medidas preventivas devido ao desconhecimento.
Esse acompanhamento durante o exame de check-up periódico é essencial por isso e torna-se ainda mais essencial caso o paciente apresente os sintomas abaixo:
- Alta frequência de micção;
- Sede excessiva;
- Tonturas e náuseas;
- Mal-estar;
- Fome constante e intensa;
- Desmaios constante;
- Casos na família de hipoglicemia ou diabetes.
Como fazer a preparação para exame de glicemia?
Para garantir resultados mais precisos aos níveis do seu corpo, o teste de glicemia deve ser feito após um preparo. Os testes de glicemia são testes laboratoriais ou em jejum.
Os testes em Jejum são mais populares porque fornecem resultados mais precisos e fáceis de interpretar. Informe o seu médico sobre os medicamentos que está tomando, incluindo prescrições, medicamentos de venda livre e suplementos de ervas, antes do teste.
Os níveis de glicose no sangue podem mudar como resultado de alguns medicamentos. Com isso, o médico pode pedir que você pare temporariamente de tomar um determinado medicamento ou ajuste sua dosagem antes do teste.
Entre os medicamentos que tendem a afetar seus níveis de glicose no sangue, são:
- Corticosteróides;
- Diuréticos;
- Pílulas anticoncepcionais;
- Terapia hormonal;
- Aspirina (Bufferin);
- Antipsicóticos;
- Lítio;
- Epinefrina (adrenalina);
- Antidepressivos tricíclicos;
- Inibidores da monoamina oxidase;
- Fenitoína;
- Medicamentos sulfoniluréias.
Níveis altos de estresse também podem provocar um aumento temporário da glicose no sangue e, na maioria das vezes, pode ser decorrente de um ou mais fatores, como:
- Cirurgia;
- Trauma;
- Acidente vascular encefálico;
- Ataque cardíaco.
Lembre-se de informar ao seu médico também caso você tenha sofrido com algum desses problemas recentemente.
Sintomas de glicose alta
Como o alto nível de açúcar no sangue, também conhecido como hiperglicemia, pode passar despercebido por muitos anos, o monitoramento é crucial. Apesar de não causar sintomas no começo do ciclo, pode prejudicar o corpo e seus órgãos.
Os principais sintomas de glicose alta são:
- Excesso de sede;
- Excesso de urina;
- Fome excessiva;
- Perda de peso repentina sem redução da ingestão de calorias;
- Cansaço e fadiga frequentes;
- Visão embaçada;
- Pele seca;
- Dificuldade em cicatrização;
- Dor de cabeça;
- Tonturas;
- Dor abdominal e náuseas frequentes;
- Mudanças no hálito;
- Infecções mais frequentes.
Sintomas de glicose baixa
O baixo nível de açúcar no sangue, ou hipoglicemia, normalmente provoca sintomas e é um caso urgente que pode levar a acidentes de trabalho, acidentes de trânsito e quedas.
Muitas pessoas podem achar que os sintomas iniciais da hipoglicemia (glicose de 60 a 70 mg/dL) são vagos ou até imperceptíveis. Dor na cabeça, sonolência, fome e mudanças de humor são os primeiros sintomas de hipoglicemia.
Os sintomas pioram com a redução dos níveis de glicose para faixas abaixo de 60 mg/dL e podem resultar em convulsões, desmaios, coma ou até morte. Confira logo abaixo quais são os principais sintomas de glicose baixa:
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Fome;
- Alterações de humor;
- Tremor;
- Palidez;
- Confusão mental;
- Baixa coordenação motora;
- Baixa concentração;
- Desmaio;
- Crises convulsivas;
- Coma.
Por fim, como você pôde ver neste conteúdo, um teste glicêmico é essencial para medir o nível de glicose no sangue e saber se você tem hiperglicemia, hipoglicemia ou até mesmo diabetes.
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